quarta-feira, novembro 22, 2006

pequenos episódios...1

Decidi começar a escrever alguns episódios que me acontecem...Aqui vai o primeiro:
Numa tarde de Verão, um sol escaldante, fui obrigada a levar o carro (nissan micra com 20 anos que mais parece uma lata de coca-cola numa estrada...) à inspecção. Tenho o mau hábito de atirar as beatas pela janela (apesar de dar multa) e assim o fiz chegada a Olhão. A beata, decidida, voltou para trás, entrou dentro do carro, e enfiou-se entre as minhas costas e o banco do carro.
O pânico instalou-se, a dor instalou-se.
Após alguns saltos e uma queimadura no fundo das costas, resolvi a situação.
Momentos depois, enquanto esperava que o meu carro fosse inspeccionado, decidi ir à bomba mais próxima e comprar alguma coisa para comer, uma vez que tinha mais de trinta pessoas à minha frente.
No caminho, um degrau pôs-se debaixo dos meus pés sem que eu visse e estatelei-me na chom.
Levantei-me muito rapidamente para que ninguém me visse e com os meus Guxe, tapei as lágrimas que me escorriam pla cara.
Ao longe ouvi uma voz:
"-Menina!Ficou bem?"
Ao que respondi com o gesto do polegar para cima.
Esfolei os joelhos, fiz um hematoma (vulgo - nódoa negra) e o meu amor próprio desceu até bater nas minhas unhas dos pés ( que tinha cortado no dia anterior). Chorei que me desunhei!

segunda-feira, agosto 07, 2006

o sudoeste

Foram 4 dias. Mas se quisessemos ter lugar para montar a tenda, teriam sido 6 ou 7.
Foram 4 dias de casas-de-banho sujas. Foram 4 dias de fedores insuportáveis. Foram 4 dias de chuveiros ao ar livre, com água fria ( até os chuveiros conseguiam cheirar mal!). Foram 4 dias a lavar os dentes perto de massas e arroz abandonados no dia anterior. Foram 4 dias sem dormir. Foram 4 dias de muito pó. No entanto, foram 4 dias grandes!

sexta-feira, julho 21, 2006

os saldos...

Este é um artigo de cariz científico que pretende também ser um manual de ajuda a todas as pessoas que lidam com as selvagens em época de saldos.
Primeiro identifica-se o comportamento do sujeito (as selvagens!), depois analisa-se o mesmo chegando a uma conclusão que visa ajudar todos os elementos prejudicados pelo sujeito.
1. O COMPORTAMENTO
O sujeito entra numa determinada loja, verifica se existem saldos na área, através do olfacto. Se os detectar, corre na sua direcção. Entretanto, já todo o seu corpo adoptou uma postura de ataque. Os olhos ficam vidrados, todos os elementos que se colocam entre ele e o objecto do seu desejo, são alvos a abater.
Se não encontra aquilo que quer, o sujeito torna-se violento, agressivo. Para identificar o objecto do seu desejo, o sujeito rodeia o objecto, cheira-o para tirar todas as dúvidas. De seguida, manda-lhes uma granda mija para cima. É o seu território. Está estabelecido o primeiro contacto.
O sujeito leva o objecto até aos provadores, lá chegado despe as vestes que envergava e experimenta a roupa que escolheu. O processo seguinte é simples, é necessário um espelho à frente do qual o sujeito se vai visionar. Seja qual for a peça de roupa (que são sempre vários exemplares) o procedimento é sempre o mesmo: olha para o espelho de frente, de lado, de trás. Quando isso não resulta, começa a inclinar a cabeça para ver num ângulo diferente, até arranjar um ângulo em que a roupa pareça ficar-lhe bem. Mas parecer bem não é o mesmo que ficar bem.
Nesta altura, entra um outro elemento em acção, a conhecida "ófaxavor", "empregada" ou a "olhe". Este elemento apenas existe para satisfazer os caprichos do sujeito, é desprovida de educação, sensações, e está ali porque, "coitadita não estudou". Este elemento está ali apenas para dizer "esse vestido assenta-lhe muito bem", "ai, essas calças parecem ter sido feitas para si". Nada mais pode sair desta boca.
2. ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS
Seguindo os seus instintos primários, o sujeito ataca o primeiro elemento que ponha em perigo a compra de um artigo em saldos. O ataque é feito de diferentes formas: emissão de gases, coices e ofensas verbais (a selvagem farta-se de grunhir). A emissão de gases destina-se a afastar o inimigo, é rápido e mortal. Os coices já passam pelo físico, verifica-se a necessidade de um contacto, uma ânsia por tocar o próximo ( encontra-se aqui uma carência afectiva, um desejo de atenção). As ofensas verbais revelam uma tentativa do sujeito para comunicar (qual capacidade biológica da linguagem...).
3. CONCLUSÃO
Não há nada a fazer, as pobres "ófaxavor" vão ter de continuar a sofrer com os abusos das selvagens. Num próximo estudo, será abordada a perspectiva de uma "ófaxavor", onde será relatada em primeira pessoa, o drama de um grupo que tende a aumentar.

sexta-feira, maio 26, 2006

quinta-feira, maio 25, 2006

Aqui vai um excerto de um texto que é lindooooooooo:

"...estou ali com a minha solidão, o meu passado, o meu coração que ainda sangra, não é confortável, nem parece o mesmo corpo que me carrega desde há muito. Sou uma desconhecida agora, descobrindo o corpo, descobrindo alguém, procurando, perdendo-me. Lembro-me dele, da primeira vez que me tocou, aquele toque parece tão precioso agora, tão longínquo. Sinto-o mais próximo a esta distância,..."

testing...testing...

Após muitas tentativas...muitas ajudas via web...ei-lo que se ergue,o blog!